sábado, 30 de julho de 2011

livro de são cipriano

URBAIN LAPLACE
LEGITIMO LIVRO
SÃO CIPRIANO
REZAS, ORAÇÕES E ESCONJUROS EXTRAIDOS
DE SEU MANUSCRITO ORIGINAL

ADVERTÊNCIA
Para que você goze todos os benefícios que este livro lhe poderá dar, é necessário que siga à risca a recomendação de São Cipriano, que afir­ma no Prefácio de seu manuscrito:
"Este livro não poderá ser emprestado a nin­guém; deverá pertencer exclusivamente a quem o adquiriu, não podendo fazer uso dele nenhuma outra pessoa, nem mesmo por parentesco de san­gue ou que resida na mesma casa. Se esta adver­tência não for seguida à risca, nenhum benefício lhe será dado".
Esta advertência de São Cipriano é compre­ensível, se levarmos em consideração que na épo­ca em que viveu, fornecia seus conhecimentos mediante consulta. Portanto, este livro represen­ta EXCLUSIVAMENTE UMA CONSULTA DA PESSOA QUE O ADQUIRIU. É aconselhável que, após ter sido feito o uso necessário do mesmo, ele seja destruído ou então conservado em lugar inviolável.

ORAÇÃO DA CABRA PRETA MILAGROSA
Cabra Preta milagrosa, que pelo monte subiu, trazei-me Fulano, que de minha mão sumiu. Fulano, assim como o galo canta, o burro rincha, o sino toca e a cabra berra, assim tu hás de andar atrás de mim.
Assim como Caifás, Satanás, Ferrabrás e o Maioral do Inferno, que fazem todos dominar, fazei Fulano se dominar, para me trazer cordeiro, preso debaixo do meu pé esquerdo.
Fulano, dinheiro na tina e na minha mão não há de faltar; com sede, tu, nem eu, não haveremos de acabar; de tiro e faca, nem tu, nem eu, não há de nos pegar; meus inimigos não hão de me enxergar.
A luta vencerei, com os poderes da Cabra Preta milagrosa. Fulano, com dois eu te vejo, com três eu te prendo, com Caifás, Satanás, Ferrabrás.
(REZE-SE ESTA ORAÇÃO COM UMA VELA ACESA E UMA FACA DE PONTA)
1 PARTE
ORAÇÕES E REZAS
REZAS DE SÃO CIPRIANO
“Eu Cipriano, servo de Deus, a quem amo de todo o meu coração, corpo e alma, pesa-me por vos não amar desde o dia em que me destes o ser”.
“Porém, vós, meu Deus e meu Senhor, de todo o meu coração, os benefícios que de vós estou recebendo, pois, agora, ó Deus das criaturas, dai-me força e fé para que eu possa desligar tudo quanto tenho ligado para o que invocarei sempre o vosso santíssimo nome. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Amém.”
"Vós que viveis e reinais por todos os séculos dos séculos. Amém".
"É certo. Nosso Deus, que agora sou vosso servo Cipriano, dizendo-vos: Deus forte e poderoso, que mo­rais no grande cume que é o céu, onde existe o Deus forte e santo, louvado sejais para sempre!”
"Vós que vistes as malícias deste vosso servo Ci­priano! E tais malícias pelas quais eu fui metido debai­xo do poder do diabo, mas eu não conhecia vosso santo no­me, ligava as mulheres, ligava as nuvens do céu, ligava as águas do mar para que os pescadores não pudessem navegar ara pescarem o peixe para sustento dos homens, pois eu pelas minhas malícias, minhas grandes maldades, ligava as mulheres prenhas para que não pudessem parir, e todas estas coisas eu fazia em nome do demônio. Agora, meu Deus o torno a invocar para que sejam desfeitas e desligadas as bruxarias e feiti­çarias da máquina ou do corpo desta criatura (nome). Pois vos chamo, ó Deus poderoso, para que rompas todos os ligamentos dos homens e das mulhe­res. f Caia a chuva sobre a face da terra para que de seu fruto, as mulheres tenham seus filhos; livre de qualquer ligamento que lhe tenha feito, desligue o mar para que os pescadores possam pescar. Livre de qualquer perigo, desligue tido quanto está ligado nesta criatura do Se­nhor; seja desatada, desligada de qualquer forma que o esteja ; eu a desligo, desalfineto, rasgo, calço e desfaço tu­do, monecro ou monecra que esteja em algum poço ou levada, para secar esta criatura (nome), pois todo o mal­dito diabo e tudo seja livre do mal e de todos os males ou malfeitos, feitiços, encantamentos ou superstições, ar­tes diabólicas. O Senhor tudo destruiu e aniquilou: o Deus dos altos céus seja glorificado no céu e na terra, assim como por Manoel, que é o nome de Deus poderoso. Assim como a pedra seca se abriu e lançou água de que beberam os filhos de Israel, assim o Senhor muito pode­roso, com a mão cheia de graça, livre este vosso servo (nome) de todos os malefícios, feitiços, ligamentos, en­cantos e em tudo que seja feito pelo diabo ou seus ser­vos, e assim que tiver esta oração sobre si e a trouxer consigo ou tiver em casa, seja com ela diante do paraíso terreal do qual saíram quatro rios, cinqüenta e seis tigres eufrates, pelos quais mandastes deitar água a todo e mundo por cujos vos suplico. Senhor meu Jesus Cristo, filho de Maria Santíssima, a quem entristecer ou mal­tratar pelo maldito maligno espírito nenhum encantamento nem malfeitos não façam nem movam coisa algu­ma contra este vosso servo (nome), mas todas as coisas aqui mencionadas sejam obtidas e anuladas, para o qual eu invoco se as setenta e duas línguas que estão reparti­das por todo o mundo e qualquer dos seus contrários, sejam aniquiladas as suas pesquisas pelos anjos, seja absoluto este vosso servo (nome) com toda a sua casa e coisas que nela estão, sejam aniquilados as suas pesqui­sas pelos anjos, seja absoluto este vosso servo (nome) com toda a sua casa e coisas que nela estão, sejam todos livres de todos os malefícios e feitiços pelo nome de Deus Pai que nasceu sobre Jerusalém, por todos os mais anjos santos e por todos os que servem diante do paraíso ou na presença do alto Deus Pai Todo Poderoso, para que maldito diabo não tenha poder de empecer a pessoa alguma. Qualquer pessoa que esta oração trouxer con­sigo, ou lhe for lida, ou onde estiver algum sinal do diabo, de dia ou de noite, por Deus, Jacques e Jacob, o inimigo maldito seja expulso para fora; invoco a comu­nhão dos Santos Apóstolos, de Nosso Senhor Jesus Cris­to, São Paulo, pelas orações das religiosas, pela empresa formosura de Eva, pelo sacrifício de Abel, por Deus unido a Jesus, seu Eterno Pai, pela castidade dos fiéis, pela bondade deles, pela fé em Abrahão, pela obediência de Nossa Senhora quando ela livrou a Deus, pela oração de Madalena, pela paciência de Moisés, sirva a oração de São José para desfazer os encantamentos, Santos e Anjos. valei-me ; pelo sacrifício de São Jonas, pelas lágrimas de Jeremias, pela oração de Zacarias, pela profecia e por aqueles que não dormem de noite e estão sonhando com Deus Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo profeta Da­niel, pelas palavras dos Santos Evangelistas, pela coroa que deu a Moisés em língua de fogo, pelos sermões que fizeram os apóstolos, pelo nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo seu santo batismo, pela voz que foi ouvida do Pai Eterno, dizendo: "Este é meu filho esco­lhido e meu amado; deve-me muito apreço porque toda a gente o teme e porque fez abrandar o mar e fez dar frutos à terra", pelos milagres dos anjos que juntos a ele estão, pelas virtudes dos Apóstolos, pela vinda do Espírito Santo que baixou sobre eles, pelas virtudes e, nomes que nesta oração, estão pelo louvor de Deus que fez todas as coisas pelo t, pelo filho t, pelo Espírito Santo t, (nome), se te está feita alguma feitiçaria nos cabelos da cabeça, roupa do corpo, ou da cama, ou no calçado, ou em algodão, seda, linho, ou lã, ou em cabelos de cristão, ou de mouro ou de herejes, ou em osso de criatura humana, de aves ou de outro animal; ou em madeira, ou em livros, ou em sepulturas de cristão, ou em sepulturas de mouros, ou em fonte ou ponte, ou altar, ou rio, ou em casa, ou em paredes de cal, ou em campo, ou em lugares solitários, ou dentro das igrejas, ou repar­timentos de rios, em casa feita de cera ou mármore, ou em figuras feitas de fazenda, ou em sapo ou saraman­tiga, ou bicha ou em bicho do mar ou do rio ou do la­meiro, ou em comidas ou bebidas, ou em terra do pé es­querdo ou direito, ou em outra qualquer coisa em que se possa fazer feitiços".
"Todas estas coisas sejam desfeitas e desligadas dês-te servo (nome) do Senhor, tanto as que eu, Cipriano, tenho feito, com as que têm feito, essas bruxas servas do demônio; isto tudo volte ao seu próprio ser que dantes tinha ou em sua própria figura, ou em a que Deus criou".
"Santo Agostinho e todos os santos e santas, por santo nome, que façam que todas as criaturas sejam li­vres do mal do demônio. Amém".
PARA OS ENFERMOS
Para se saber se a moléstia é natural ou sobrenatu­ral, deve-se dizer esta oração em latim.
"Praecipitur in Nomine Jesus, ut desinat nocere ae­groto, statim cesse delirium, et illuo ordinate discurrat. Si cadat, ut mortuus, et sine mora surget ad praeceptu. Exortistae factu in Nomine Jesus. Si in pondere assi­citur, ut a multis himinibus elevaret non aliqua parte corporis si dolor, vel tumor, et ad signo Crucis, vel im­posito praecepto in nomine Jesus cessat. Si side causa velit sibi morte inserre, se praecipite dure. Quando ima­ginationi, se praesentat res inhonestae contra Imagines Christi, et Sanctorum, et si eorem tempore sentiant in capit, ut plumbum, ut aguam frigidam, vel ferrumigni­tem, et hoc fugit ad signum Crucis vel incovato Nomine Jesu. Quando Sacramenta, Reliquias, et res sacros edit ; quando nulla praecedente tribulation, desperat, se dila­cerat. Quando subito patenti lumen aufertur, et subito restitutur ; quando diurno tempora nihil vidit, et noc­turno bene vidit et sine fuce lugit epistolam: si subito siat surdus, te postae bene audiat, non solun materialia, sed spiritualia. Si per septem, vel novem dies mihil, vel parum comelens fortis est, et pinguis, sicut antea. Si loquitur de Mysteris ultra suas capacitatem, quando nun custat de illius sanctitite. Quando ventus vehemens dis­currit per totum corpus ad mudum formicarum; quando elevatur corpus contra volutatem patientes, et non ap­paret a quo leventur. Clamores, scissio vestium, arrota-tines dentium, quando potiens non est stultus : vel quan­do honro natura debilis non potest teneri a multis. Quan­do haber liguem tumidam, et ni gram, quando audiuntur rugitus leonum, balatus ovium, latra tus canun, porco-rum grumitus, et similium. Si vairepraeter naturam vi­dent, et audiunt, si homines maximo odio perseuntur ; si praecipitis se exponunt, se oculos horribiles habent, remanent, sensibus destituti. Quando corpu talibene­dicti, quando ab Aeclesia fugit, et aguam benedictan non consentit: quando iratos se ostendune contra Ministros superdonentes Relíquias capiti (eti occulte). Quando Imagines Cristi, et virginis Mariae nolunt inspicere sed conspuunt, quando verba sacra nolun, profere, vel si pro­ferant, illa corrumpunt, et balbat cienter student pre­fere. Cum superposita capiti manu sacra ad lactionem Evangeliorum conturbatum aegrotus, cum plusquam so­litum palpitaverit, sensus occupantum, gattaes sudoris destuunt, anxietates senta; stridores usque xxx ad Cae­lum mittit, sed posernit, vel similia facit. Amém”.
Se depois de proferir esta oração, o religioso enten­der que é demônio ou alma perdida que está mortificando o enfermo, deve proferir o seguinte Preceito:
“Eu como criatura de Deus feita à sua semelhança e remida com o seu santíssimo sangue, vos ponho precei­to, demônio ou demônios, para que cessem os vossos delí­rios, para que esta criatura não seja jamais por vós ator­mentada com as vossas fúrias infernais".
"Pois o nome do Senhor é forte e poderoso, por quem eu vos cito e notifico que vos ausenteis deste lugar para fora. Eu vos ligo eternamente no lugar que Deus Nosso Senhor vos destinar; porque com o nome de Jesus vos piso e rebato e vos aborreço mesmo do meu pensamento para fora. O Senhor seja comigo e com todos nós, ausentes e presentes, para que tu, demônio, não possas jamais ator­mentar as criaturas do Senhor. Fugi, partes contrárias, que venceu o leão de Judá e a raça de David".
"Amarro-vos com as cadeias de São Pedro e com a toalha que o santo rosto de Jesus Cristo, para que jamais possais atormentar os viventes".
(Faça-se o ato de contrição).
Deve-se repetir muitas vezes, principalmente às mu­lheres grávidas, para que não aconteça algum vômito com os fortes ataques que os demônios causam nesta ocasião.
Em seguida deve dizer-se a oração de São Cipriano, para desfazer toda a qualidade de feitiçaria e conjura­ções dos demônios, espíritos malignos ou ligações que te­nham feito homens ou mulheres, ou para rezar em uma casa que se desconfie estar possessa de espíritos malignos ou, finalmente, para tudo que diz respeito a moléstias so­brenaturais.
Nesta oração diz-se muitas vezes:
"Eu desligo tudo quanto está ligado".

PARA O DEMONIO DEIXAR O ENFERMO
Se as orações foram ditas e pronunciadas como se preceituou e se, passando três dias, o doente ainda se en­contra possesso, trata-se, é claro, "de uma morada aber­ta", que logo deverá ser fechada da seguinte forma:
Arranja-se uma chave de aço, em ponto pequeno, e deita-se-lhe a bênção da forma seguinte:
"O Senhor lance sobre si a sua santíssima bênção e o seu santíssimo poder para que te dê a virtude eficaz, para que toda a morada ou porta onde entra o Satanás por ti seja fechada, jamais o demônio ou seus aliados por ela possam entrar, pois abençoada seja em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo. Amém".
Deita-se água benta em cruz sobre a chave.
A chave deve estar sobre o peito do enfermo, como se se estivesse a fechar uma porta, proferindo as seguin­tes palavras:
"6 Deus Onipotente, que do seio do eterno Pai vies­tes ao mundo para a salvação dos homens, dignai-vos, pois, Senhor, de pôr preceito ao demônio ou demônios, para que eles não tenham mais o poder e atrevimento de entrar nesta morada. Seja fechada a sua porta assim como Pedro fecha as portas do céu às almas que lá que­rem entrar sem que primeiro expiem as suas culpas".
O religioso finge que está a fechar uma porta no peito do enfermo:
"Dignai-vos, Senhor, permitir que Pedro venha do céu à terra fechar a morada onde os malditos demônios querem entrar quando muito bem lhes parece.
"Pois eu, (o nome de quem profere a oração), em vosso santíssimo nome ponho preceito a esses espíritos do mal, desde hoje para o futuro não possam mais fazer mo­rada no corpo de (nome do doente), que lhe será fecha­da esta porta perpetuamente, assim como lhe é fechada a do reino dos espíritos puros. Amém".
Terminada esta oração, escreva-se em um papel o nome de Satanás, queima-se o papel e pronunciam-se as seguintes palavras:
"Desapareça, Satanás, como pó de estrada e o fumo das chaminés".
A mais potente esconjuração de São Cipriano, feita num momento de profunda integração com as forças do grande Cosme.
PARA OS DOENTES NA HORA DA MORTE
Esta oração é tão eficaz, afirma São Cipriano, que nenhuma alma se perde, quando é dita com devoção e é em Jesus Cristo. (1) :
"Jesus, meu Redentor, em vossas mãos, Senhor, en­comendo a alma deste servo, para que vós, Salvador do mundo, a leveis para o céu na companhia dos anjos".
"Jesus, Jesus, Jesus seja contigo para que te de­fenda; Jesus esteja na tua alma, para que te assente; Jesus esteja diante de ti para que te guie: Jesus esteja na tua presença para que te guarde; Jesus, Jesus reina, Je­sus domina, Jesus de todo o mal te defenda. Esta é a Cruz do Divino Redentor, fugi, fugi, ausentai-vos, ini­migo das almas remidas com o sangue preciosíssimo de Jesus Cristo".
"Jesus, Jesus, Jesus; Maria, Mãe de Graça, Mãe de Misericórdia, defendei-me do inimigo e amparai-me nes­ta hora. Não se desampareis, Senhora, rogai por este vos­so servo (nome do doente) a vosso Amado Filho, para que com vossa intercessão saia livre do perigo de seus inimigos e das suas tentações".
"Jesus, Jesus, Jesus; recebei a alma deste vosso ser­vo (nome do doente), olhai-o com olhos de compaixão; abri-lhe esses braços, amparai-o, Senhor, com a vossa mi­sericórdia, pois é feitura de vossas mãos e a alma imagem vossa".
"Jesus, Jesus, Jesus! De vós, meu Deus, lhe há de vir até o remédio; não lhe negueis, a vossa graça nesta hora, pois eu, (nome do religioso) vos chamo, ó Deus Poderoso, para que venhais sem demora receber esta alma nos vossos santíssimos braços: vinde em seu socorro, assim como viestes em socorro de Cipriano quando estava em batalha com Lúcifer".
"Jesus, Jesus, Jesus! Creio, Senhor, firmemente em tudo quanto manda crer a Igreja Católica Apostólica Ro­mana; fortalecei-me, pois, a alma deste vosso servo (no­me do doente). Vinde, Jesus, é vida verdadeira de todas as almas. Livrai-o, Senhor, de seus inimigos, como médico soberano curai todas as suas enfermidades; puri­ficai-o, meu Jesus com o vosso precioso sangue, pois pros­trado a vossos pés, clamo pela vossa misericórdia".
"Jesus, Jesus, em vossas mãos, Deus, ofereço e po­nho o meu espírito; que justo é que torne a vós o que de vós recebi, sêde, pois, por nossa alma, justo e salvai-a das trevas".
"Defendei-a, Senhor, de todos os combates, para que eternamente vá cantar no céu as vossas infinitas miseri­córdias".
"Misericórdia, dulcíssimo Jesus; misericórdia, ama­bilíssimo Jesus; misericórdia e perdão para todos os vossos filhos, pelos quais sofrestes na cruz. É pois justo que nos salvemos. Amém".
(1) -- Afirma São Cipriano, que é de tanta virtude esta oração, que de todos os enfermos a quem a lia tirava um cabelo da cabeça e o lançava dentro de um vidro de água, para com esta água lavar as chagas dos doentes, cujas moléstias eram incuráveis pela medicina; lançan­do-lhe uma gota e dizendo:
"Eu Cipriano, te curo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém".
FANTASMAS
Que são os fantasmas!
São visões que aparecem a certos indivíduos fracos de espírito e crentes de que vêm a este mundo as almas daqueles que já deixaram de existir em carne-e-osso.
Pois os fantasmas aparecem só aos crentes nos seres espirituais e não aos incrédulos, porque nisso nada apro­veitam, ou antes pelo contrário, recebem maldições.
Ah! Que será daquele que assim obrar, infeliz deste mundo, que não tratou senão de escarnecer aos servos do Senhor, que vêm a este mundo buscar alívio e encontrar penas? Dobram-se-lhes os tormentos!
Ah! Que será de vós no dia que fordes sentenciados Se não tiveres bons amigos que tenham pedido por pós ao Juízo supremo, se não tiverdes amigos, sereis puni­dos com todo o rigor da justiça.
Cultivai, procurai bons amigos para que naquele dia tremendo eles roguem ao Criador por vós; fazei como faz o lavrador, que para colher na safra muito fruto, dei­ta na terra boas sementes.
Notai bem, nestas palavras, que não são obra do bico da pena, mas sim inspiradas do fundo do coração!
Quando vos aparecer uma visão, não a esconjureis, por­que então ela vos amaldiçoará, vos dificultará todos os vossos negócios, e tudo vos correrá mal; porém, quando sentirdes uma visão, recorrei à esta oração:
"Sai, alma cristã, deste mundo, em nome de Deus. Pai Todo Poderoso, que te criou; em nome de Jesus, do Espírito Santo, que copiosamente te comunicou. Apar­ta-te deste corpo ou lugar em que estás, porque Deus te recebe no seu Reino; Jesus, ouve a minha oração e sê meu amparo, como és amparos dos santos, anjos c arcan­jos; dos tronos e dominações; dos querubins e serafins; dos profetas, dos Santos Apóstolos e dos Evangelistas; dos santos Mártires, Confessores, Monges, Religiosos e Eremitas; das Santas Virgens de Deus, o qual se digne dar-te lugar de descanso, e gozes da paz eterna na cidade santa da celestial Sião, onde o louves por todos os séculos. Amém"
No fim desta oração reza-se o Credo ou o ato de Contrição, depois disto, logo aliviareis aquela pobre alma que busca a paz.
Mas acautelai-vos, se porventura, o fantasma que virdes for em figura de animal, é certo que não se trate de nenhuma alma penada e sim do próprio demônio, e deveis conjurá-lo e fazer-lhe uma cruz t. Isso porque os demônios eram anjos e não têm forma humana, daí eles adotaram formas de animais.
Feliz da criatura que é perseguida pelos espíritos, porque é certo que essa pessoa é uma boa criatura, que os espíritos a perseguem para que ela ore ao. Senhor por eles, que é digna de ser ouvida pelo Criador. É por esta razão que algumas pessoas têm o poder de ver fantasmas e outras não.
Também há muitos espíritos que não adotam a for­ma de um fantasma, mas aparecem nas casas dos seus parentes, fazendo barulho, arrastando cadeiras, mesas e outros objetos; com isso provocam uma verdadeira catás­trofe na família, catástrofe que poderia ser evitada, se eles fossem um pouco esclarecidos e orassem intercedendo por aquela alma sem luz.
Notai bem, estas palavras e consagrai-as no vosso coração, é a única forma que dispomos para ajudar nos­sos irmãos mortos e que necessitam da nossa ajuda, tra­duzida numa oração, ou mesmo numa missa.
ESPÍRITOS MAUS
São muitos os espíritos que nos cercam. Algumas vezes, são tímidos e não se atrevem a nos incomodar. Outras vezes penetram nosso corpo provocando distúrbios gra­víssimos. Há pessoas que ficam como loucas quando isso acontece. Algumas são tomadas pelo próprio demônio, que as maltrata rudemente. Para a exorção dos espíritos maus que invadem as criaturas, usa-se a seguinte oração:
"Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Por ordem de Deus Todo Poderoso deixe este corpo que pertence a um ser humano honesto e leal e volte para o reino do além. Se precisa de alguma coisa do mundo dos vivos, faça-me saber que eu prometo rezar para que isso seja conseguido".
O espírito deixará o corpo e o doente não será mais importunado. Se o espírito necessitar de alguma coisa ele o dirá e o homem que prometeu terá que cumprir sua promessa mandando rezar uma missa pelo descanso des­sa alma.
QUEBRANTO
O quebranto é uma espécie de influência má cansa­da pelo mau olhado. Há pessoas que por inveja ou por despeito, nos prejudicam apenas com o olhar. São in­fluências que se irradiam como ondas elétricas, nascidas num cérebro perverso e transmitidas através do olhar. Os sintomas do quebranto:
Amolecimento do corpo;
Sensação de febre;
Mal-estar geral;
Dor de cabeça.
Para se curar o quebranto, que também pode ser evitado pela presença de um objeto vermelho ou uma figa, usa-se a seguinte oração, com a seguinte prática:
Apanha-se um prato com água e nele deixa-se cair uma gota de óleo, enquanto se reza três vezes a Ave-Ma­ria. Se o quebranto for forte, a gota de óleo esparramará ràpidamente. Se não for, ficará inteira. Em seguida pe­de-se a pessoa que tem o quebranto que tome três goles de água contida no prato. Com o que ficou, deixa-se pin­gar três gotas sobre a cabeça do doente.
E com isso o quebranto cessará.
AGONIAS
Há agonias lentas que maltratam os doentes mais do que a própria doença. Sabe-se que o doente não tem cura. E talvez pela quantidade de pecados que carrega dentro d'alma tem uma agonia lenta e terrível. Vão so­frendo dia a dia e não conseguem morrer em paz. Isso é provocado por artes do demônio que atormenta os doen­tes, para que não tenham calma nem sossego para faze­rem uma confissão em paz e assim redimirem seus peca­dos. Para evitar que se percam pela dor e pelo desespero, faz-se a seguinte oração a São José:
"São José, Pai de Jesus Cristo, esposo de Maria, fa­zei com que os pecados deste pobre doente sejam perdoa­dos, e já que ele não pode se salvar para esta vida, que ao menos se salve para a Vida Eterna. Que sua agonia seja breve e seu descanso seja eterno. Que os espíritos que o atormentam sejam expulsos para o reino das trevas, para que este pobre infeliz possa fazer uma boa confissão e receba os últimos sacramentos".
SALVAÇÃO DO PECADOR
E quais são as principais virtudes do céu que po­dem salvar o pecador!
São:
1. ° — O sol mais claro que a lua.
2. ° - As duas tábuas de Moises onde Nosso Senhor pôs os seus sagrados pés.
3. ° — As três pessoas da Santíssima Trindade e toda a família da cristandade.
4. ° — São os quatro evangelistas: João, Marcos, Ma­teus e Lucas.
5. ° — São as cinco chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo, que tanto sofreu para quebrar as suas forças, Lúcifer!
6. ° — São os seis círios bentos que iluminaram em torno à sepultura de Nosso Senhor Jesus Cristo, e que iluminaram a mim para me livrar das astúcias de Lúcifer, o deus dos infernos.
7. ° — São os sete Sacramentos da Eucaristia, porque sem eles ninguém tem salvação.
A CRUZ DE SÃO BARTOLOMEU E SÃO CIPRIANO
No grande "Agiológio", relíquia medieval, encon­tram-se os apontamentos sobre a Vida e Milagres de São Bartolomeu e ali se ensina como fazer a cruz desses san­tos e também a maneira correta de usá-las.
Arranja-se um pedaço de pau de cedro e dele cor­tam-se três pequenos pedaços, sendo que um deles deve ser mais comprido do que os outros, para que formem di­reito os braços de uma cruz. Em seguida cobrem-se os pedaços de cedro com alecrim, arruda, aipo, colocando-se em cada braço, em cima e embaixo da parte mais com­prida, uma pequena maçã de cipreste. Durante três dias a cruz deve permanecer mergulhada em água benta, fin­do os quais a mesma é retirada e, no mesmo dia, ao dar meia-noite, pronuncia-se junto a cruz a seguinte oração:
"Cruz de São Bartolomeu e São Cipriano, a virtude da água em que estiveste, e a madeira de que és formada, que me livre das tentações do espírito do mal e tragam sobre mim a graça de que gozam os bem-aventurados".
A cruz pode ser trazida dentro de um saquinho de seda preta benzida, ou mesmo andar unida ao corpo, presa ao pescoço por um cordão de seda preta. A pes­soa que a trouxer deve fazer o mais possível por ocultá-la a toda a gente; e quando desconfiar que alguém lhe lan­çou "mau olhado", deve na ocasião em que se deitar, beijar três vezes a cruz e dizer a oração acima.
Ao levantar deve também beijar três vezes a cruz e rezar em seguida um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.
II PARTE
ESCONJUROS
O VIDRO ENCANTADO
Prepare um vidro de pequeno 'tamanho, para que seja fácil levá-lo no Uso.
Coloque o seguinte, no seu interior;
1. ° — Espírito de sal amoníaco.
2. ° — Pedra d'ara.
3. ° — Alecrim.
4. ° — Funcho.
5. ° — Pedra mármore.
6. ° — Semente de feto.
7. ° — Semente de malvas.
8. ° — Sementes de mostarda.
9. ° — Sangue do dedo mindinho.
10. ° — Sangue do dedo polegar (mão e pé).
11. ° — Uma raiz de cabelo da parte genital (da pes­soa que está preparando o vidro).
12. ° — Esperma se for homem ou incômodo se for mulher.
13. ° — Raspa das unhas dos pés e das unhas das mãos.
14. ° — Raspa de um osso de defunto; se for da ca­veira melhor.
Estes ingredientes não devem ultrapassar a metade do vidro. Em seguida diga as palavras abaixo, fazendo um sinal da cruz com as mãos sobre o vidro, como se esti­vesse benzendo-o:
"Vidro sagrado, que pela minha própria mão foi pre­parado, o meu sangue está preso no seu interior. Toda a pessoa que o cheirar há de ficar por mim encantado. "ignoratus tuunz vos assignaturum meo".
Depois de tudo pronto, exatamente como já acaba­mos de explicar, guarda cuidadosamente o vidro e com ele poderá encantar quem bem desejar. E para quem lhe der a cheirar, ele se converterá em seu escravo e o seguirá até onde bem entenderes.
Este encanto tanto tem poder para o bem como para o mal, tudo depende do pensamento do seu portador: se for para o bem, sucede o bem; se for para o mal, sucede o mal.
PARA SE VIVER SEMPRE FELIZ
Pega-se um sapo vivo e, numa sexta-feira, logo de­pois da lua cheia do mês de setembro, corta-se-lhe a ca­beça e os pés e deixam-se esses pedaços de molho, por espaço de 21 dias, em óleo de sabugueiro. Guarda-se tudo isso em um vidro novo, que esteja sempre muito bem fe­chado, e oferece-o à meia-noite de uma lua nova, a uma pessoa morta que muito estimou. O resultado será que o espírito desse morto, incessantemente, velará por sua pessoa.
ALQUIMIA — A ARTE DE FAZER OURO
Certo dia, São Cipriano assim falou a seus discípulos:
"Também, meus filhos e irmãos, fui escravo do ouro e pondo a trabalhar o meu grande poder oculto, desco­bri os mistérios da ALQUIMIA. Nem tudo posso vos revelar, pois sabeis bem o que seja quebrar um voto, porém, muito vos posso indicar.
"A Alquimia é a mais misteriosa das ciências. Se não sois pacientes jamais a dominareis. Ela se entrega aos poucos; é caprichosa, tem dias, parece muito com as mulheres e o mar. Somente quando dominares os mis­térios da Kabala, o grande livro de Papus, os versos de ouro de Pitágoras, os mistérios de Eleusis, é que, então, vós podereis iniciar nos segredos da Alquimia. Ela é ciência e é mágica. Surgiu no Egito, nos estudos pro­fundos de Hermes Trimegista. Os caldeus a estudaram, os gregos a desenvolveram. Eu sei que se pode fazer ouro, com artifício humano e diabólico, juntando os elementos TRAPA e ECO, numa caldeira escura, que os magos chamam RRETA. É preciso conhecer os ingredientes simples, aplicando com a devida proporção "ATIVA E PASSIVA".
Bernardo Trevisano conseguiu, após muitos traba­lhos e canseiras, fabricar ouro pela arte da ALQUIMIA.
Os pós necessários à preparação do ouro são: AR­GENTES VIVO, AZOUGUE e RESCH.

PARA SE TORNAR INVISÍVEL
Mate um gato preto, enterre-o no seu quintal, colo­cando uma fava em cada Olho, outra debaixo da cauda e outra em cada ouvido. Depois de tudo isto feito, deve-se cobri-lo de terra e vá regá-lo todas as noites, ao soar da meia-noite, com um pouco de água, até que as favas, que devem ter rebentado, estejam maduras, e quando estiverem nesse ponto, corte-as pelo pé.
Depois de cortadas, leve-as para casa e colocai uma de cada vez na boca.
Quando perceber que estás invisível é porque a fa­va que acabas de pôr na boca, tem o poder de deixá-lo invisível e ela deve estar sempre consigo e toda a vez que quiser entrar num lugar sem ser percebido é só co­locá-la na boca.
ATENÇÃO — Poderá ocorrer, que toda a vez que for regar as favas, aparecer muitos fantasmas com o fim de assustá-lo, para não completar o seu intento. A ra­zão disto é pura e simples: como esta é uma mágica que não precisa nenhum encantamento e nem a invocação de nenhum demônio, estes farão de tudo para que você de­sista e recorra a outros processos, que em troca de sua invisibilidade tem de lhes entregar a alma.
Mas não se assuste se isso acontecer, eles não têm poder algum e para afugentá-los hasta fazer o sinal da cruz.
III PARTE
CRENDICES
SUPERSTIÇÕES
A seguir damos uma pequena relação da significa­ção de objetos encontrados:
1. ° — Uma flor: casamento à vista. Se for casado, um novo filho.
2. ° — Anel de prata: abundância efêmera; aliança, infidelidade do esposo ou da esposa.
3. ° — Dinheiro: 10 centavos, desgraça; 1.000 cru­zeiros, ameaça; uma libra esterlina ou dólar, dai esmo­la com ela, para que seja feliz.
4. ° — Uma carta: felicidade; bilhete amoroso, (se for casado), prenúncio de felicidade na sua vida conju­gal; se for solteiro ou solteira prestes a encontrar o gran­de amor da sua vida.
5. ° — Um objeto de toucador: felicidade com o sexo oposto.
6. ° — Um alfinete: vista boa até a velhice.
7. ° — Um sapato velho: herança.
8. ° — Um lenço: (se for homem) prenúncio de aven­tura amorosa, (sendo mulher) cuidado, avizinha-se um sedutor barato.
9° — Um cão morto: felicidade.
10. ° — Uma cobra : traição.
11. ° — Uma procissão : faça uma oração pelos mortos.
12. ° — Uma jóia : se souber quem é o dono entre­gue-a imediatamente, por muito valiosa que ela seja, ca­so contrário lhe trará desgraça.
13. ° — Um gato preto morto : sorte ; vivo : azar (principalmente se ele cruzar o seu caminho em diago­nal). Nestes casos, procure não fitá-lo e nem pense no assunto. Esta é uma forma de remediar o mal.
14. ° — Criança que chora no ventre materno terá sorte toda vida e talvez venha a ser profeta.
15. ° — Mão de anjinho dá sorte para quem vende quitutes e frutas.
16. ° — Para ficar rico, o vendeiro deve pregar uma moeda no fundo da gaveta do balcão. O mesmo devem fazer os engraxates e ambulantes para ganhar bastante dinheiro: pregar a moeda na caixinha.
17. ° — Caboclo quando se dirige à igreja, para as­sistir missa, vai apanhando pedras pelo caminho e colo­cando-as nas forquilhas das árvores : assim, sempre che­gará a tempo.
18. ° — Burros que se põem a zurrar estão anunciando chuva.
MAU AGOURO
1. ° — Se um cão uivar é desgraça certa, doença na casa ou no vizinho.
2. ° — Se a coruja pousar sobre qualquer casa à meia-noite, nela morrerá alguém em breve.
3. ° — Se qualquer gato miar consecutivamente, pe­gue ele ao colo, do contrário poderá lhe suceder uma des­graça.
4° — Deixar a vassoura de cabo para o chão evita feitiço.
5° — Uma figa dependurada no pescoço, evita que más influências caiam sobre a gente.
6. ° — Jogar sal no fogo abrevia a presença de uma visita indesejável.
7. ° — Camisa no avesso evita feitiço.
8. ° — Uma fita vermelha evita quebranto.
9° — Pombos que fogem do pombal: sinal de que uma desgraça logo atingirá a casa.
10. ° — Cachorro que urina na porta da casa : sinal de ventura para a família que aí mora.
PARA QUE O ANO LHE SEJA FAVORÁVEL
Para que tenha bom êxito durante todo o ano, deve observar o seguinte, em todo o Ano Bom.
1. ° — Ao se levantar, deve fazer o possível para en­contrar primeiramente uma pessoa do mesmo sexo e ida­de diferente.
2. ° — Se sair à rua deve se dar o mesmo, somente com idade maior que a sua.
3. ° — No primeiro negócio ou contrato que fizer, de­ve evitar que seja fiado, ou realizado com unia pessoa pobre.
4. ° — Deve evitar toda e qualquer questão nesse dia.
5. ° — Um negociante deve entrar em sua loja com o pé direito, para que os seus negócios corram bem.
6. ° — Casamento efetuado no ano bom é de muito bons auspícios e, bem assim, os batizados e trás festas.
7. ° — Regressar de alguma viagem nesse dia é de bom sinal.
8. ° — Quem se confessa nesse dia, tem indulgência plena.
9. ° — A meia-noite do dia 31 de dezembro, para o l.o de janeiro, os cadáveres dos justos saem da sepultura para passearem pelo campo santo de braço dado com as pessoas mortas, que se acham no mesmo cemitério.
10. ° — Essa mesma hora é de muito perigo para os grandes pecadores, cuja maior parte morre sem ver o novo dia.
11. ° — Tantas felicitações que se recebem nesse dia, e tantos inimigos sinceros e dedicados se podem contar.
12. ° — Não joguem nesse dia, nem que tenha con­vicção de ganho.
13. ° — Procure não sofrer nenhum ferimento nesse dia.
Tudo o que aqui foi dito deve ser levado as últimas conseqüências, sim, porque "tudo que começa bem, ter­mina bem, mas tudo que começa mal, termina mal".
CUIDADO COM AS FERRADURAS — ELAS LHE
PODERÃO TRAZER DESGRAÇAS
Muitas pessoas têm o hábito de trazer por trás das portas da sua casa, uma pequena ferradura dependura­da. Dizem que dão sorte e a maioria dependura "uma ferradura qualquer" sem observar atentamente o tipo de ferradura que é, e julgam que qualquer uma faz o mes­mo efeito, sem saber que tem que ser uma pequena fer­radura de asno, caso contrário, ela apenas servirá como adorno e não ajudará o seu proprietário em nada.
Mas, para que o leitor se ilustre e fique sabendo o verdadeiro significado da ferradura relataremos uma pe­quena história.
Quando o bárbaro rei Herodes mandou degolar todos os meninos de até 2 anos, que se encontrassem em Belém e nos seus arredores, pois estava convencido que entre eles se encontrava o menino Jesus.
Mas eis que o anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse:
"Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito, e fica ali até que eu te avise, porque Herodes anda em busca do menino para mandar matar".
José obedeceu à ordem do anjo, com prontidão, par­tindo mesmo de noite, com o menino e sua mãe para o Egito.
Mas, como a Virgem estivesse na impossibilidade de empreender ama tão longa e escabrosa viagem, José, seu esposo, foi procurar uma mula e Maria e o Menino mon­taram nela, encetando assim a jornada.
Em certo lugar, porém a mula, espantando-se der­rubou-os.
José, aflitíssimo, procurou um jumento e ordenou que Maria Santíssima e o Menino Jesus montassem no mesmo. Chegaram até o Egito e José abençoou aquele pequeno animal.
Eis porque quando encontrarem uma ferradura pe­quena, deve pegá-la, e guardá-la, pois elas são abençoa­das.
Por isso que a ferradura passou a ser uma espécie de talismã da sorte, mas como puderam ver não é uma ferradura qualquer, deve ser uma pequena ferradura que tenha pertencido a um jumento.
Para completar darei um pequeno glossário sobre as superstições que giram em torno da ferradura.
1. ° — Achar uma ferradura pequena é sinal de sor­te para o resto da vida.
2. ° — Encontrando uma ferradura na rua, e que esteja virada para você, deverá, primeiramente, virá-la do lado oposto e depois erguê-la.
3. ° — Uma ferradura é também remédio para enxa­quecas e cólicas; para isso deve colocá-la, em brasa, no leite que for bebido, quando sofrer de algum desses dois males.
4. ° — Se encontrar uma ferradura pequena deve er­guê-la, pois é sinal de sorte para quem a acha:
-se tiver cinco furos pregue-a atrás da porta da rua;
-se tiver seis furos, pregue-a atrás da porta da cozinha;
-se tiver sete furos, pregue-a atrás da porta do quarto;
-se tiver mais de sete furos, pregue-a atrás da por­ta do seu estabelecimento;
5. ° — Uma ferradura presa atrás da janela evita a entrada de ladrões.
— Se a ferradura encontrada foi de um cavalo, não apanhe, trará desgraça e infelicidade, porque derrubou Nossa Senhora e o menino Jesus.
VIRTUDE DO AZEVINHO
A meia-noite, do dia 23 para o 24 de junho, (noi­te de São João), cortai o azevinho com faca de aço, e de­pois que o tiverdes cortado, abençoai-o em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; depois de tudo isto le­vai-o junto do mar e passai-o pelas sete ondas do mar; e enquanto estais fazendo sempre cruzes com a mão di­reita sobre as ondas e o azevinho.
O azevinho poderá trazer muitos benefícios para quem o levar sempre consigo, conforme passamos enumerar:
I — Quem trouxer na sua companhia o azevinho, tem fortuna em todos os negócios que fizer e em tudo que diz respeito à felicidade do homem.
II — Quem trouxer consigo o azevinho e tocar com ele uma pessoa com a fé viva de que o há de seguir ime­diatamente, a dita pessoa segue para toda à parte a pes­soa que o tocou.
Este segredo tem sido experimentado por milhares de pessoas e sempre se saíram vitoriosas.
III — O azevinho tem virtude para tudo que o pos­suidor desejar. Qualquer pessoa que possuir o azevinho e o tenha pendurado na loja, isto é, se for pessoa estabe­lecida, deve todos os dias de manhã, quando chegar à loja, proferir as seguintes palavras:
"Deus te salve azevinho, criado por Deus".
Desta forma a dita loja será muito afortunada. Tem sido por este sistema que muitos negociantes portugueses se têm enriquecido.
PARA SE ENRIQUECER
Para voltar à terra natal, rico e feliz, deve-se man­dar fazer uma figa de azeviche exatamente como foi indi­cado na receita anterior, somente com a diferença de que o indivíduo deve conservar-se casto o máximo tempo que puder, ou no último extremo, só se ajuntara à mulher no fim de seis meses ou de três em três meses, se a sua saúde não permitir que deve levar mais longe o sacrifício.
PARA SER FELIZ NO JOGO
Manda-se fazer uma figa de azeviche, recomendando especialmente que a faça com uma faca nova e de aço fino.
Leva-se logo em seguida a figa ao mar, suspensa por uma fita de Santa Luzia e passa-se com ela três vezes, sete vezes ou vinte e uma vezes pelas espumas das ondas.
Enquanto assim está se procedendo reza-se três vezes o Credo, muito baixinho, quase imperceptível, e se oferece a Santa Luzia uma vela de quarta.
O jogador deverá trazê-la ao pescoço, quando jo­gar, tendo porém, o cuidado de não se deixar cegar pela ambição, nem tampouco arrastar pela cobiça, a fim de tirar desta receita um resultado satisfatório.
PARA VER PESSOAS AUSENTES
Deve-se tomar um pouco de água de mar. Água azul de nove ondas, quando a lua estiver em quarto cres­cente. Coloca-se a água em uma bacia e chama-se a pes­soa que se pretende ver. Faz-se isto à meia-noite, com duas velas de sebo acesas. Pronuncia-se nove vezes o nome da pessoa que se deseja ver e mais as seguintes palavras:
"Eu te conjuro (aqui pronuncia-se o nome da pes­soa), para que apareças aqui, de corpo e alma, nesta ba­cia, pelo poder dos nove gênios que sem cessar navegam nas águas do oceano. Rogo, em nome de Adoanes, que te faça visível nesta água".
A pessoa retira-se de perto da bacia onde está a água, voltando cinco minutos bem contados, e verá quem de­seja.
O OVO CLARIVIDENTE
Esta prática deve ser feita na noite de São João, ou seja, de 23 para 24 de junho.
A pessoa que quiser conhecer sua sorte, deverá, du­rante a fria noite de São João, deixar um Ovo de galinha dentro de um copo d'água, que deverá apanhar todo o se­reno da noite.
Pela manhã, quando a pessoa que o colocou for vê-lo, a sorte estará claramente descrita no interior do copo.
IV PARTE
O FIM DO MUNDO
2268 — O ANO DA DESGRAÇA
"O homem irá em decadência, até se reduzir ao nada.
Assim é que se acabará no mundo o gênero humano, no dia 30 de maio do ano 2268".
S. CIPRIANO
Ai está a lúgubre profecia do celebrado S. Cipriano!
Segundo esse mártir, a humanidade desaparecerá da face da terra, no ano da desgraça 2268: faltando, portan­to, 298 anos, e o motivo disso será a decadência orgânica que mina os seres, desde a mais velha antigüidade.
Não será pois um cataclismo cósmico que perecere­mos, como o profetizou o dr. Falb, no ano de 1899.
Não será também por inundação do mar no interior dos continentes, como disse Schweber.
Nem pela fome, nem pelo frio, nem pela guerra etc., como tiveram muitos o capricho de imaginar o modo co­mo o mundo se findará.É preciso não acreditar em fábulas, mas só no que for provado ; pois, os "quidans" super-citados tiveram o desfatio de predizer, sem nada provarem aos olhos do público, como nós o provaremos, nos capítulos que se seguem :
Primeira Fase
MATUSALÉM
Certo é mais do que provado e comprovado, de que, de geração em geração, o mundo vai vivendo menos.
Abra a Bíblia Sagrada e verás que no começo do mundo, Deus, o Criador de todas as coisas, criou Adão imorredouro, no qual a vida se extinguiu, antes dos 100.000 anos!
Após o tempo que viveu o primeiro homem e seus contemporâneos, Caim, Enoch, Matusalém etc., foi quase uma eternidade.
Matusalém alcançou 969 anos, Adão 955, Enoch 933, Caim foi morto por Enoch, na idade de 831 anos.
Abel estava com 131 anos, quando foi assassinado pe­lo seu irmão Caim.
Todos os personagens da primeira fase viveram de 4713 a 3444 antes de Nosso Senhor Jesus Cristo, data da morte de Matusalém.
Segunda Fase
NOE
A segunda fase vai dos anos 344 a 1830 anos antes de Jesus Cristo. Nela viveram os grandes patriarcas da antigüidade: Noé, que viveu 758 anos; Nemrod, o fun­dador da Babilônia, com 737 anos; Abraão, que viveu 675 anos e Isaac e Jacob que viveram menos anos que os pre­cedentes, mas cujas idades se ignoram.
Nesta segunda fase podem verificar que a vida do homem encurtou, de Matusalém a Abraão, 300 anos, ten­do Abraão falecido 1614 anos depois de Matusalém.
Terceira Fase
ENEAS
Esta fase se estende por 1850 anos, até a boa vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Pouco de notável temos nela a apresentar, por nos falhar a história, contudo apresentamos este algarismos:
Enéas, o precursor da fundação de Roma, morreu 820 anos antes da Éra Cristã, com 560 anos; Ka-ho, o fundador do império chinês e da cidade de Pekin, mor­reu com 460 anos, no ano 183 antes de Cristo.
Sem aprofundados cálculos, podemos verificar que a vida humana vai decrescendo à medida que os séculos avançam e vai decrescendo justamente em uma propor­ção, quase automática de um século por 612 anos!
Mais adiante retomaremos estas considerações.
Quarta Fase
OS MACRÓBIOS
Esta vai até ao ano de 1970, fase atual da humani­dade.
Que mudança se operou no organismo da Idade Hu­mana!
Na primeira fase, a vida era de 9 a 8 séculos; na se­gunda, de 7 a 8 séculos; na terceira fase de 5 a 4 séculos.
Na fase de que tratamos agora, a longevidade se re­duziu a 300 anos, nos 6 primeiros séculos da nossa Éra, e até o século XVI aparecem freqüentes exemplos (não na história mas em documentos testamentários, que se acham arquivados na biblioteca do Museu do Louvre em Paris), exemplos de certos homens que viveram, e mor­reram entre 270 a 170 anos!
Do século XVI para cá, a vida tem baixado sensivel­mente; hoje, 1970, pouco freqüente é encontrar indi­víduos que cheguem a 98 ou que toquem os 100 anos.
Há quem diga que fulana morreu com 110, 120 e mesmo 130 anos; há sim, e até a própria imprensa o registra.
Mas estes são casos tão esporádicos, que é digno de registro pela própria imprensa, se ela anuncia com estar­dalhaço que alguém morreu aos 110 anos é porque isso significa uma coisa tão rara, como uma mãe dar à luz a quíntuplos.
O que é certo e verdadeiro é que uma pessoa de pou­ca cultura (quando não analfabeta) nem sabe direito a sua idade, ocasionando muitas confusões para não di­zer fraude nas próprias notícias que atestam longevidade de muitas pessoas. Há também um sério problema do passado: muitas pessoas eram registradas com datas er­radas, enfim, a maioria dos casos de pessoas que atingem um século na nossa Éra, não passa de uma burla ou um engano.
Quinta Fase
O ANO DE 2268
Eis-nos chegado à última fase da longevidade da es­pécie humana; a fase terrível que vai do ano de 1907 ao de 2268, prolongando-se por 346 anos.
Vamos, agora, saber por que modo chegou São Ci­priano a profetizar o fim do mundo, com tanta precisão e clareza, que até chegou a iludir a matemática.
Como disse, "a vida da humanidade vai decrescen­do, na razão de um século em cada seiscentos e doze anos".
Fazendo este cálculo vemos:
No ano 4713 antes de Jesus Cristo, segundo o perío­do Juliano, criou Deus o mundo.
Então vivia o homem perpetuamente; sua idade não tinha limites.
Por toda a primeira fase da Idade Humana se avi­zinhou do milenário.
Vamos começar da data da morte de Matusalém o nosso século:
TABELA DE LONGEVIDADE
Ano
    Antes de Cristo
O homem vivia
Anos de Vida
3444




969

2832




870

2219




770

1607




670

994




570

381




470

232
Depois



370

844
1457
2069












270
170
70



2268




10

PRECOCIDADE — A MORTE
"Maior o desenvolvimento, menor é a vida".
S. CIPRIANO
Eis a verdade
O mundo se desenvolveu mui ràpidamente neste sé­culo da imagem e do movimento, e diminui consideravelmente a existência do homem.
O que não se fez em 65 séculos, que o mundo é ha­bitado, foi-se fazer em apenas 1 da Éra Cristã!
Só no começo deste século Stephenson e Benjamin Franklin chegaram aos 80 anos, isso está se rareando, e muitos sábios mais contemporâneos como Einsten não chegaram. E a decrepitude, parece, chega somente os bo­çais e ignorantes. Quanto mais inteligente, vive menos.
Vamos ver este problema, pelo lado da precocidade.
Um menino muito inteligente raramente chega aos 50 anos, e quando for prodigiosamente inteligente só al­cança os 30 anos; isto é o que estamos vendo constante­mente com homens de letras, ciências, sábios etc.
Um menino que cresce muito rapidamente é, aos 20 ou 30 anos atacado de um mal do coração ou outra doen­ça cardíaca, que o leva ao túmulo.
A mulher precoce em regras, cedo se esteriliza.
mesmo acontece com as plantas que crescem com mais rapidez que a natural: em breve secam, porque lhes falta a seiva e o tronco ficou oco. Os terrenos férteis após alguns anos de nutrir plantações de forte vida acabam por esterilizar-se.
É demais!
A população, nervosa, não se satisfaz com o que está feito, quer novas invenções do talento, que lhe emocio­nem, então recorrem a toda a sorte de estupefacientes. E esse "cada vez viver mais e mais" está dizimando a humanidade.
É pois pelo grande desenvolvimento que está a hu­manidade condenada a morrer prematuramente : e quan­do o mais velho dos homens só tiver 10 anos de vida, a ciência é positiva, eis o auge da precocidade.
O ANO DA CATÁSTROFE
O que se pode esperar de "homens de 10 anos?" Que vivam os de menor idade até a de 5 anos e daí para menos.
Mas, como São Cipriano predisse, tão acertadamen­te, que no ano 2268, o mais velho indivíduo terá 10 anos, poderia dar-se que não sendo mais possível a propaga­ção da espécie, vivessem os homens novos alguns anos ainda.
Mas, não!
Ele predisse que nesse ano não só o homem, mas tam­bém o nosso globo e todo o sistema planetário acabarão.
Mas de que modo!
Eis o que o sábio escreveu em seus manuscritos, a respeito:
"No mesmo ano, o nosso planeta deve encontrar-se com a estrela M. da constelação de Hércules, mas somente hão de se chocar massas gazeiformes e não outras quais­quer”. S. CIPRIANO
Este curto período é o eixo em que giram todas as conclusões que vamos tirar.
Neste período devemos lembrar-nos do problema de física seguinte:
"Se desfecharmos, um tiro com uma arma de fogo, e a seguir tocarmos o ponto em que a bala bateu, nota­remos que esse ponto está quente.
Por quê?
Porque a bala era possuída de certa velocidade, e foi comprimir contra o citado ponto uma certa e determina­da quantidade de ar, que se pôs em combustão".
Todos sabem que a Terra gira, mas o que muitos des­conhecem é que o Sol também se move, sobre si mesmo, caminhando na direção da constelação de Hércules.
Ora, São Cipriano fixou a data do inevitável en­contro.
Cabe-nos a tarefa de explicar como é que dois astros não se encontram, nem chocam, em suas massas, com­postas de água e terra, mas uma forma de gazes.
É ponto importante de física o seguinte
"Dois corpos, que correm com muito grande velo­cidade, ao encontrarem-se, entram em combustão, pelo grande deslocamento de ar (oxigenado) que provocam".
Ora, a Terra, é sabido, com tal velocidade se move no espaço.
Se no espaço fosse destinada a chocar com um astro muito maior que ela, cairia nele como cai um aerólito na superfície terrestre, sem causar dano ao astro com quem choca.
Mas, o caso é que a estrela M. da constelação de Hér­cules regula pelo tamanho e peso a esfera terrestre.
Por isso, seis meses antes do choque, já ambos os as­tros sentirão esse efeito.
Antes, um grande calor, devido à pressão do ar, de­pois tudo entra em combustão, a ponto de se encontra­rem os referidos corpos em completa massa gazeiforme.
Logo no primeiro mês, o gênero humano, os animais e as plantas deixam de existir.
No segundo mês a água dos oceanos já estará eva­porada.
No terceiro mês, as pedras se desagregam em peque­nas partículas.
No quarto, continuam as pedras e os metais a se diluírem, como se fossem água, pelo calor intensíssimo.
No quinto já tudo está aprestado para o choque, e no sexto este se realizará, em iguais condições para os dois astros, que se fundirão em uma só massa gazosa.
Assim, voltará a Terra ao que foi há 100 000 anos, isto é, voltará ao estado gazeiforme de que partiu.
O homem volta ao pó.
A Terra volta ao seu estado primitivo, é o que São Cipriano predisse.
E assim se completa o ciclo de todas as coisas: vol­tando ao seu estado inicial. Esta é a Lei. E contra ela, ninguém, nem mesmo o homem com toda a sua inteligên­cia e capacidade inventiva, poderá evitar...
V PARTE
QUEM FOI SÃO CIPRIANO
Desde o princípio do mundo, o homem teve o pres­sentimento das forças ocultas que o cercam. E sempre tentou usá-las, dominando-as completamente. O próprio demônio, arquiteto audaz e ousado, já foi por várias ve­zes subjugado e colocado ao serviço dos homens. Mas é preciso muito cuidado e cautela para que essas forças não se voltem contra quem as invoca.
Cipriano foi um poderoso mago e feiticeiro, nascido na Antióquia, na Fenícia (não deve-se fazer confusão com o célebre Cipriano, bispo de Cartago).
Os pais de Cipriano eram idolatras e percebendo nele poderes que o diferenciavam dos outros homens, destina­ram-no para servir as falsas divindades que exigiam sa­crifícios e Cipriano foi iniciado nos profanos conhecimen­tos e mistérios daquele tempo.
Com trinta anos, foi para a Babilônia onde deveria aprender a astrologia e os mais profundos mistérios dos caldeus, ao mesmo tempo em que se entregava a uma vi­da impura e escandalosa. Para poder estar mais ligado aos demônios estudou magia e chegou a associar-se à ve­lha Bruxa Évora, conhecida como a mais poderosa carto­mante e interpretadora de sonhos.
Quando a Bruxa morreu, já com bastante idade, dei­xou-lhe todos os seus segredos e descobertas, cuidadosa­mente compilados em seus manuscritos, material que se­ria de grande utilidade para Cipriano.
Imediatamente Cipriano foi se tornando o mais fa­moso feiticeiro, e cada vez mais ávido por conhecimentos, passava os dias e as noites debruçado sobre os manuscri­tos estudando alquimia e todos as suas novas descobertas eram anotadas nos mais diferentes lugares (mesas, cadei­ras, paredes etc.) isso para não correr o risco de esque­cê-los e também para que se tornasse mais fácil qualquer consulta.
Cipriano tinha um companheiro chamado Euzébio, conhecera-o nos bancos escolares. Euzébio era cristão e não cansava de censurá-lo sobre a sua má vida, e fazia todos os esforços para arrancá-lo daquele abismo. Mas Cipriano ridicularizava-o bem como os virtuosos professores da lei cristã, e seu 6dio chegou a tal ponto que uniu-se aos bárbaros perseguidores, a fim de obrigar os cristãos renunciarem o evangelho e renegarem a Nosso Se­nhor Jesus Cristo.
Mas quis a infinita misericórdia Divina que vivesse em Antióquia, uma bela e rica donzela de nome Justina, educada pelos pais ao paganismo e suas superstições. Jus-tina era dotada de qualidades excepcionais e não podia aceitar aquele modo de vida e certa vez, vende Praialo, diácono de Antióquia, pregar, imediatamente renunciou ao paganismo, convertendo-se ao catolicismo, chegando mesmo a converter seus próprios pais.
Justina passou a consagrar sua virgindade e virtu­des, entregando-se a orações e ao retiro. Aglaide, um jovem que vendo-a tomou-se imediatamente de amores pela donzela, que embora tendo os consentimentos dos pais para namorá-lo, ela o repudiou.
Aglaide procurou Cipriano, solicitando-lhe que em­pregasse todos os seus conhecimentos para dar-lhe Justi­na. Os mais terríveis e abomináveis sacrifícios foram ofe­recidos aos demônios e estes logo prometeram satisfazer os caprichos do jovem enamorado e passaram a perseguir Justina com terríveis visões fantasmagóricas. Porém ela não se intimidou — estava por demais fortalecida em Deus para sucumbir e sobretudo com seu fervor a Santís­sima Virgem Maria (a quem ela chamava sua mãe aman­tíssima), conseguiu sair-se sempre vitoriosa.
Cipriano ficou indignado, afinal havia encontrado uma frágil e jovem criatura que o havia derrotado. E assim falou Cipriano ao demônio: "Tu que tanto te jactas do teu poder e de obrar prodigiosas maravilhas, nada po­deis fazer contra uma simples donzela. Falai-me: de onde provém as armas daquela jovem virgem que inuti­liza todos os meus esforços?”.
E o demônio explicou que a arma de Justina era uma cruz da qual não se separava. Por isso não chegava nem se aproximar da jovem e a cruz obrigava-o afastar-se.
“Se assim é — replicou Cipriano, — seria eu um louco em não estar servindo a um Senhor mais poderoso que tu”. Se a cruz, em que morreu o Deus dos cristãos, tem o poder de fazer-te fugir, não quero mais estar a serviço de ti e renuncio inteiramente os teus sortilégios, esperando da bondade do Deus de Justina para me redi­mir de todo o meu mal e ter-me como seu humilde servo''.
Daí em diante, Cipriano teve seu corpo tomado dos mais terríveis demônios, mas saiu-se completamente vi­torioso, seu coração já estava habitado pelo Deus de Jus-tina e este Deus deu-lhe a suprema vitória. O demônio era mais urna vez derrotado e derrotado por um dos seus mais fervorosos adeptos.
Neste transe terrível, Cipriano foi muito ajudado pe­lo seu amigo Euzébio, que sempre o encorajava dizendo que Deus Todo Poderoso não desampara seus filhos, e ele, Cipriano, não devia jamais deixar de invocar o nome de Jesus, fazer o sinal da cruz e pedir a assistência da Santíssima Virgem Maria.
Já convertido, Cipriano apressou-se em distribuir os seus bens aos necessitados e seus manuscritos, bem co­mo os apontamentos da Bruxa Évora, ele os guardou no fundo de uma grande arca, trancando-a com poderoso ca­deado. Muito embora Cipriano reconhecia que os mes­mos não tinham nenhum valor contra o Deus Todo Po­deroso, adorado por Justina e Euzébio, ele reconhecia que aqueles documentos poderiam, no futuro emancipar muitas dúvidas e elucidar certos mistérios.
Daí por diante, a vida de Cipriano mudou por com­pleto, passou a dedicar-se ao estudo da medicina e reli­gião, e pelos sentimentos humanitários, começou a pro­teger os pobres e praticando curas milagrosas.
Cipriano também conseguiu converter Aglaide, o apaixonado de Justina e ambos foram batizados pelo bis­po. Justina vendo aquele maravilhoso milagre operar-se diante dos seus olhos, comovida com a misericórdia de Deus, não titubeou em cortar os cabelos em sinal do sacrifício que fazia a Deus da sua virgindade e repartiu com os pobres todos os seus bens.
A fim de redimir dos seus pecados, Cipriano passava horas a fio, no interior da igreja, prostrado e rogando a todos os fiéis que implorassem a Deus a absolvição de todos os seus pecados. Sua humildade chegou a tal pon­to de pleitear para si o serviço de varredor da igreja.
Ele residia com o presbítero Euzébio, a quem vene­rou sempre como seu pai espiritual. E o Divino Senhor, que se digna ostentar tesouros da sua demência sobre as almas humildes sobre os grandes pecadores verdadeira­mente convertidos, lhe concedeu a graça de obrar mila­gres. Isto, aliado à sua natural eloqüência, contribuiu para que o número de fiéis aumentassem de uma maneira impressionante e jamais vista.
Seu trabalho foi se agigantando de uma maneira tal que Cipriano não podia passar desapercebido dos impe­radores que viam seus fiéis adorando outro deus.
Imediatamente, Deocleciano foi informado em Nico­demia, a respeito das maravilhas operadas por Cipriano e da santidade da virgem Justina. Deocleciano expediu ordem para o juiz Eutholmo, governador da Fenícia, que prendessem ambos sem mais demora.
Ambos foram conduzidos à presença do juiz, mas tal foi a convicção e a firmeza da fé que confessaram em Je­sus Cristo, que condenou Justina a ser açoitada em praça pública e que Cipriano tivesse suas carnes despedaçadas por um pente de ferro.
Vendo que tal suplício não abalava a fé daqueles religiosos, o bárbaro, ímpio, mandou que eles fossem jo­gados numa caldeira cheia de breu, banha e cera, a fer­ver. Ainda assim não conseguiram arrancar um só gemido dos mártires, pelo contrário, seus rostos eram ilu­minados por um sorriso de prazer e satisfação. E até percebia-se que o fogo sob a caldeira não tinha o mínimo calor.
O feiticeiro Athanasio (que durante certo tempo foi discípulo de Cipriano, julgou que aquilo tratava-se de um novo sortilégio do seu antigo mestre e querendo ga­nhar fama e reputação perante o povo e os soberanos, in­vocou os demônios com suas falsas teorias e atirou-se no interior da caldeira onde se achavam Cipriano e Justina. Porém, estes saíram ilesos, enquanto Atha­nasio teve morte horrível.
O povo esteve a ponto de se levantar a favor dos már­tires, e vendo o risco que corria, o juiz achou conveniente mandá-los a Deocleciano que estava em Nicodemia, ao mesmo tempo que informava, por escrito, ao soberano, tudo quanto havia ocorrido.
A carta foi lida e sem mais nenhum julgamento ou consideração Deocleciano condenou Cipriano e Justina à morte por degolamento.
A execução deu-se no dia 26 de setembro, quando apareceu um cristão de nome Theotisfo para falar em se­gredo com Cipriano. Isto bastou-lhe para que também fosse condenado à morte nas mesmas circunstâncias.
Durante a noite, seus corpos foram recolhidos pelos cristãos que os transportaram a Roma, onde estiveram ocultos em casa de uma pia senhora, até que, no tempo de Constantino o magno, foram transladados para a Basílica de São João de Latrão.
Muito tempo depois, os manuscritos de São Cipriano e os apontamentos da Bruxa Évora, -foram encontrados na sua velha arca, e levados para a Biblioteca do Vaticano em Roma. Os documentos estão redigidos em língua hebraica. Muitas foram as suas traduções e elas tem ser­vido como base de muitos livros e estudos sobre o ocultis­mo, que tanto pode servir para o bem domo o mal. Mas. aqui vai novamente a advertência que fizemos no início deste preâmbulo: É preciso muito cuidado para que essas forças não se voltem contra quem as invoca. Portanto, amigo leitor, atente bem e procure usar o que aqui for aprender somente para o bem, porque muito embora te­nhamos evoluído num mundo material, desconhecemos os poderes ocultos e cremos nós que o futuro previsto por São Cipriano, ao guardar no fundo da arca, seus manus­critos e os da Bruxa Évora.
VI PARTE
QUIROMANCIA
TEU DESTINO NA PALMA DA TUA MÃO
O estudo das linhas das mãos existe desde a mais remota antiguidade. Sempre baseado na observação dos fatos, em experiências. Nasceu na Ásia, como ciência. Chamava-se então quiromancia. Era mais uma adivi­nhação do que futuro pelo exame da palma da mão do que uma filosofia. De concreto, só se sabia que as papi­las digitais diferiam de pessoa para pessoa. Por isso, aqueles que assinar não sabia, firmavam seus documen­tos com o polegar. E a datiloscopia é usada até hoje por todos os povos. Da mesma forma, as linhas da mão são dispostas de maneira diferente, não havendo coinci­dência, nem sequer, nas duas mãos de uma mesma pessoa.
De posse destas descobertas, a quiromancia saiu pe­lo mundo em busca de novas teorias. Viajou bastante. Esteve na Grécia, conheceu Roma e seu esplendor. Cres­ceu em sabedoria, deixou de ser uma simples adivinha­ção. Mudou de nome, passou a ser quirosofia, estudo sério das linhas da mão. Para um quirósofo a leitura é
como um filme, já revelado. O passado e o futuro dei­xam de ser um segredo. Os sulcos da mão são os nega­tivos da alma, do caráter, dos sentimentos mais íntimos de cada um. O quirósofo apenas revela o filme.
As suas mãos, com seus milhões de sinais, sabem tudo sobre você. Seus pensamentos, tristezas e alegrias, as es­peranças. Todos os sonhos e frustrações. O seu caráter. Dele depende o seu futuro e é ele que forma, aos poucos, as suas mãos.
Assim como os traços fisionômicos, os sinais mudam com a idade, as emoções, os sofrimentos. Alguns deixam marcas indeléveis, outros parecem desaparecer com o tem­po. Vão sendo substituídos por outros, diferentes. Tor­nam-se invisíveis, ficam escondidos nas dobras pequeni­nas dos que os sucedem.
E de repente, você cerra o punho, contrai a.ponta do dedo, estica um músculo qualquer. Tudo inconsciente­mente. São gestos pequenos, sem muita importância, que se multiplicam. Acentuam e alteram as linhas da sua mão. O cérebro pensa, as mãos vão agindo. O pensamen­to se oculta nas palavras mas se trai na ação. A mão registra este mesmo pensamento, sem disfarce, como ele é.
Estudos pormenorizados revelaram que cada emo­ção ou pensamentos produz contrações musculares na pal­ma da mão. Esqueceu o nome de um livro? Sim, aquele mesmo que terminou de ler ontem. E enquanto tenta se lembrar, bate com a palma da mão na testa, como se pu­desse escutar ou receber alguma comunicação interior. Este gesto inconsciente e aparentemente isolado, sem maiores conseqüências, indica a grande atuação das mãos sobre o seu cérebro. E, ao mesmo tempo, modifica, acen­tua ou faz surgir um novo sinal. Diferente, especial.
Tidas as mãos possuem três tipos de sinais. As li­nhas básicas, de lentas transformações, percebidas ape­nas ao fim de cada sete anos, na mulher e de nove, no homem.
Outros, entretanto, aparecem e desaparecem de sete em sete meses, na mulher e de nove em nove, no homem. E, finalmente, o terceiro tipo. Aparecem e desaparecem em uma, sete, nove semanas ou meses. Por exemplo, as manchas brancas e pretas da sua mão ou os pontos fun­dos e côncavos das suas unhas.
Assim, cada vez que você muda seu modo de pensar e de sentir, sua vida profissional e afetiva, mudam tam­bém as suas mãos.
Os sinais podem ser de três tipos: comuns, simples ou positivos.
Comuns — são os mais conhecidos. — Aparecem em quase Vicias as mãos. Não tem mais segredos para nin­guém.
Simples — sempre estão sozinhos. — Não se mistu­ram com ninguém, são fáceis de reconhecer.
Positivos — de vários sentidos, ao mesmo tempo. —Um sempre, importante e de valor fixo, e o valor dos res­tantes dependendo dos outros, à sua volta.
Todos eles oferecem numerosas variantes. De acordo com a zona em que se encontram, cor, ligação ou vizi­nhança com outros sinais, podem também mudar o seu sentido. Portanto, não se arrisque, não tire conclusões precipitadas. Estude bem antes, todos os pormenores.
DIVISÃO ASTROLÓGICA DA MÃO
A mão é dividida astrologicamente em várias par­tes e cada uma delas tem um astro patrono. Assim, o dedo mínimo é de Mercúrio, o anular do Sol, o médio de Saturno, o indicador de Júpiter e o polegar de Urano.
Os tipos de mão são correspondentes aos astros dos signos do Zodíaco. Mão redonda, branca, gorda e mole, com polegar curto, é característica do signo de Câncer, regido pela Lua. Mão redonda, branca, úmida, com de­dos pontudos, marca o signo de Peixes, regido por Ne­tuno. Uma mão retangular, firme e forte com os dedos retos, indica o signo de Sagitário, comandado por Júpi­ter. Mão raciosamente ovalada, 'rosada, com covinhas e os dedos muito lisos, evidencia a marca de Vênus e os signos de Touro e Libra. Escorpião tem mãos retangu­lares, arredondadas e dedos firmes, o astro regente é Plu­tão. A mão de Marte é quadrada, vermelha e seca, os de­dos são carnudos, o signo é Aries. Capricórnio tem mão seca, comprida, com dedos nodosos e longos. O regente é Saturno. A mão do Aquário é longa, maleável e ama­rela, os dedos são nodosos, o regente é Urano. A mão do Sol é estreita, comprida, com dedos lisos, o signo é Leão. Mercúrio tem a mão triangular, maleável e ama­rela, os dedos nodosos, os signos são Gêmeos e Virgem.
PLANETAS REGENTES
Os planetas regentes dos sigilos têm valores espe­ciais, conforme se segue:
MARTE — Força, conquista e domínio. Guerra e violência.
VÊNUS - Harmonia, atração, fusão. Amor e be­leza.
MERCÚRIO — Estudos, viagens e negócios. Comér­cio, movimento.
LUA — Fecundidade, reprodução e crescimento. Vi­da interior.
SOL — Vida, calor, luz. Nobreza, poder e heroísmo.
PLUTÃO — Transmutação, morte, trevas. Grandes realizações.
JÚPITER — Fortuna, expansão, vitalidade e famí­lia.
SATURNO — Inércia, proibição. Trabalho e rea­lismo.
URANO — Agitação, inadaptação, rebeldia. Visões.
NETUNO — Irracionalismo, demagogia, revolução, Idealismo.
AS LINHAS DO DESTINO
Veja as linhas de sua mão e vá verificando no grá­fico. Uma estréia no monte da Lua significa fascínio irresistível e sucesso pessoal. Um triângulo entre o mon­te de Vênus e o monte da Lua é sinal de inspiração e misticismo. Uma cruz no monte de Júpiter significa su­cesso na vida social. Cruzes e barras na região de Mer­cúrio ou na linha da vida indicam desordem no campo profissional. Uma cruz na região Marciana marca uma inteligência fora do comum. Estrela no monte de Júpiter é o sinal de sucesso na política. O anel de Vênus partido significa inteligência prática.
Linha da cabeça, entrando bem embaixo do monte da Lua, é sinal de ociosidade. Uma cruz no monte de Sa­turno pressagia sucesso em toda e qualquer atividade. Riscos transversais debaixo do dedo do Sol significam destino contrário. Cruz no monte de Mercúrio quer di­zer falta de moral.
O dedo anular muito longo e fino: inveja. Monte de Vênus vermelho e pronunciado, instintos sexuais exage­rados. O dedo e o monte de Júpiter muito imponentes significam liderança na atividade política, ou religiosa. Dedo mínimo gordo, quer dizer sucesso na carreira de funcionário. Triângulo no monte de Júpiter, sinal de qualidades diplomáticas. Um triângulo no monte do Sol é sucesso na carreira artística ou literária.
Não se assuste com as linhas interrompidas, elas não representam geralmente uma quebra fatal na vida da pes­soa. Uma linha da vida cortada, pode retomar nova­mente o seu curso, depois de vencido o obstáculo ou pas­sagem difícil que se apresenta. As mãos se modificam com o tempo.
Uma linha de casamentos sem marcas de filhos pode vir a ser vincada durante a vida da pessoa. Uma linha do coração acidentado — cortada por linhas menores —significa instabilidade afetiva, marcada por muitos amores. A linha da cabeça, quando muito unida à da longe­vidade, significa indecisão diante da vida e submissão à vontade de outro. A linha da cabeça muito próxima a do coração sinaliza uma ambição sem limites — ganância.
A linha Netuniana rege a intuição, a magia e o mis­ticismo. A linha Mercuriana comanda o espírito cientí­fico. A linha Lunar é da imaginação criadora. Quanto mais a linha do casamento se aproxima da linha do cora­ção, tanto mais chances de felicidades. Quanto mais a linha da vida esteja separada da linha da cabeça, tanto mais possibilidades de adaptação às circunstâncias.
CARTOMANCIA
O SIGNIFICADO DAS CARTAS
Tão importante como a quiromancia é a cartomancia (leitura do destino pelas cartas). A cartomancia revela o passado, o presente e o futuro. Foi uma arte profun­damente estudada pelos ciganos, que a foram transmitin­do. Nas cartas de um baralho, instrumento de jogo, de azar ou de sorte, muita coisa se pode saber.
Para se ler o destino pelas cartas pega-se um bara­lho que em geral tem 40 cartas, divididas do seguinte modo:
1.a — COPAS. 2.a — ESPADAS. 3.a — OUROS. 4.a — PAUS.
Todas contendo 10 cartas com diversos significados, assim distribuídos:

COPAS
REI — Um senhor idoso se opõe ao seu casamento, mas para o seu próprio bem. Pode ser seu pai ou mes­mo um parente meio afastado, mas honesto. Tome cuida­do. Não facilite com o seu atual namorado que pretende pedir sua mão e sabe que você está de acordo com isso. Chegou o momento de você agir com o cérebro e não com o coração. Dentro de pouco tempo você verá que esse parente tinha razão.
VALETE — Um moço pobre almeja sua mão. Você o despreza porque ele é pobre, mas no fundo o ama. Não sabe distinguir se é o amor ou compaixão. Mas é sim­plesmente amor, porque esse moço é digno de amor. Mui­to breve, ele estimulado por você, começará a ganhar dinheiro e será rico. É esse o futuro previsto para esse modesto rapaz.
DAMA — Jovem loira e inimiga deseja conquistar esse senhor idoso que anda de olho em você. Deixe que ela o leve, mesmo porque a fortuna desse homem é tem­porária. Não faça tanto caso do dinheiro. Deixe que a felicidade venha em primeiro lugar. É mais importante.
SETE — Sem que você espere vai receber dinheiro em quantidade. Talvez uma herança de algum parente que você mal se lembra que exista. No entanto não fi­que preocupada quanto aos seus. Não será herança pro­vinda da morte de seu pai ou de sua mãe.
SEIS — Morte na família.
CINCO — Doença de um parente bem próximo, mas sem perigo de morte.
QUATRO — Grave acidente em viagem, com você. Procure evitar viagens durante dez dias. Permaneça em sua casa, sossegadamente, que nada lhe acontecerá.
TRÊS — Casamento próximo, mas infeliz. Você es­colheu mal. Não seguiu a voz do seu coração.
DOIS — Uma inimiga lhe roubará o seu amor e você ficará despeitada. Evite permitir que esse despeito a leve à calúnia e maledicência.
ÁS — Um grande presente virá de alguém que você já se esqueceu.

ESPADAS
REI — Homem de muito dinheiro vai passar pela sua vida. Não se iluda. Você não o amará, apesar de toda sua fortuna.
VALETE — Um moço pobre, moreno e inteligente também passará. Ele também a ama.
DAMA — Amiga invejosa tentará destruir sua feli­cidade. É morena, de estatura mediana, maliciosa e perversa. Tudo fará para ver você infeliz. Você deve tê-la prejudicado indiretamente em algum dia de sua vida pas­sada, porque ela, apesar de fingir grande amizade, a odeia.
SETE — Uma paixão forte dominará seu coração. SEIS — Seus esforços serão inúteis no próximo ne­gócio, que está destinado ao fracasso.
CINCO — Casamento à vista. Tome cuidado por­que há pessoas interessadas em desmanchá-lo. Não acre­dite em cartas anônimas.
QUATRO — Muito brevemente o correio trará uma grande notícia.
TRÊS — Uma deliciosa surpresa o espera. No en­tanto, não fique muito contente. Após essa surpresa, um terrível aborrecimento cairá sobre sua vida.
DOIS — Um homem rico está pensando em você. Não o troque pelo seu verdadeiro amor, mesmo porque a for­tuna desse homem não vai durar muito.
ÁS — Moço de fortuna a deseja para esposa.

OURO
REI — Seu pai, ou o parente mais próximo, está prestes a ganhar muito dinheiro. - No entanto, isso não é razão para abandonar o trabalho ou deixá-lo de lado. Tal‑
vez nisso consista a chave de fortuna. No próprio tra­balho.
VALETE — Um moço rico, mas feio, pretende ca­sar-se com você. Tudo que esse moço tem é dinheiro. Quanto ao resto, nada mais. Nem beleza, nem inteligên­cia. Desista porque você jamais será feliz com ele.
DAMA — A pessoa que você ama corre perigo. Está prestes a ser atraída por outra, que é muito rica. Essa rival é perigosa, porque a fascinação do ouro é grande, e é bem capaz de atrair qualquer pessoa.
SETE — Talvez você faça uma viagem brevemente.
SEIS — Procure trabalhar com cuidado. Você pode perder seu emprego logo. E não será fácil encontrar nova colocação, tão boa quanto essa que tem atualmente. Esta carta prenuncia transtornos no seu trabalho. Cautela.
CINCO — Dentro de alguns dias virá uma carta com boas notícias. Pense em quem poderá escrever a você e espere contente. Não serão más notícias.
QUATRO — Ele ia voltar para você, mas resolveu o contrário. Encontrou uma outra que o deseja muito mais. E essa outra, além de dinheiro, tem beleza. Não tente fazer nada. Você já o perdeu para sempre.
TRÊS — Prepare-se para receber má notícia. Doen­ça na família, mas em parente distante. Não faça nenhu­ma viagem nem deixe sua casa por muito tempo. É pe­rigoso.
DOIS — Grande carta, trazendo boas notícias. Não sobre assuntos de amor, mas em negócios. Um sucesso em negócios. Dinheiro. Mas isso não quer dizer que haja felicidade.
ÁS — Um presente valioso e inesperado de alguém que você se esqueceu há muito tempo. É uma pessoa loira que você conheceu no passado, e que agora deseja voltar para você.
PAUS
REI — Um homem já idoso e rico, deseja se casar com você. Ele a admira há muito tempo e você nunca suspeitou desse amor. No entanto, ele deve ser correspon­dido, porque é sincero em seu amor e honesto em suas aspirações.
VALETE — Um homem moreno pode arruinar sua vida. Ele a está iludindo com falsas promessas de amor, e depois de conseguir o que deseja, vai abandoná-la. To­me cuidado.
DAMA — Há uma jovem morena perturbando o seu amor. É pessoa muito sua amiga e que sempre está ao seu lado, sorrindo e dizendo coisas boas. No fundo é uma traidora que se prepara para dar um grande golpe em você.
SETE — Morte na família. Morte de parente mui­to próximo.
SEIS — Carta trazendo más notícias.
CINCO — Desgosto profundo, mas de curta duração. No entanto, não deixa de ser uma grande dor.
QUATRO — Alguém escreveu a você, e você zan­gada não quer responder. Deve fazê-lo com maior bre­vidade, mesmo sendo para desiludir essa pessoa que le­vada pelo desespero poderá se suicidar. Depois você terá um grande desgosto pesando sobre sua consciência.
TRÊS — Cuidado com os negócios. Um grande con­tratempo está para vir. Uma queda financeira que o perturbará seriamente.
DOIS — Briga em família. Você deverá agir como conciliador para que o lar não se desmanche.
AS — Grande viagem que não será feliz. Se puder, evite viajar dentro destes dez dias. A influência malé­fica deixará de existir dentro desse espaço de tempo.
COMO TIRAR A SORTE
Agora que o leitor já tomou conhecimento do signi­ficado das cartas deverá ler atentamente o que se segue, que constitui o modo de deitar as cartas, segundo os sá­bios ensinamentos de São Cipriano, deixados em seus ma­nuscritos. Procuraremos, numa linguagem simples e sin­tética explicar de modo a não deixar nenhuma dúvida, sa­bendo, sem nenhum erro, ler a sorte de quem quiser co­nhecê-la. Mas, deixamos aqui uma advertência impor­tante: a sorte deve ser brada apenas uma vez por mês, a cada pessoa.
A pessoa que quer saber qualquer notícia, toma o baralho todo, e depois, parte-o em cinco porções e deita-o em forma de cruz, de modo que não veja nenhuma carta, como está indicado na figura número 1.

SEGUNDA ETAPA
Em seguida deve-se fazer a seguinte reza:
"São Cipriano, eu creio imensamente em vossa ciên­cia, que tantas vezes disse a verdade, por isso vos peço de todo o coração que me reveleis pelas cartas, o que eu quero saber dos meus, assim como vós soubestes os males e as felicidades de vossa esposa e filhos".
E depois, tomando a primeira porção das cartas que formam a cruz, estende uma carreira de oito cartas de cima para baixo e depois estende outra carreira de mes­ma quantidade, até destruir completamente a cruz, co­mo está indicado na figura número 2.
Depois de distribuir as 40 cartas em 5 carreiras de oito cartas, como demonstra a figura número 2, e quan­do está estiver bem alinhada, a pessoa que vê a sorte de­ve dizer em voz baixa ou pensar estas palavras, de modo que ninguém ouça:
"Velai, São Cipriano, pelas cartas, de modo que elas não falhem. Velai!”
Terminada a oração, deve fazer três cruzes com a mão direita sobre as cartas, e dando um passo para traz, continua a repetir a mesma reza com a cabeça inclinada para o lado das cartas, mas não deixando ninguém ouvir.
Nesta ocasião, deve estar possuído de muita fé, por­que, se São Cipriano verificar que não crê, ele não se per­turbará, e nada poderá ser feito.
A pessoa voltando novamente à mesa, sem proferir mais a oração, toma as duas carreiras de oito cartas, dos dois extremos, deixando somente a carreira do centro, de forma que fica com 32 cartas na mão. Depois de embara­lhá-las bem, tira oito, que colocará ao lado, de duas em duas, formando uma cruz, como está demonstrado na fi­gura número 3.
Depois que tudo estiver em seu lugar, deve rezar em nome do Senhor e da Virgem Santíssima, para que não seja a operação feita somente em nome de São Cipriano.
"Ó Senhor meu Deus, eu vos peço e também à Vir­gem Santíssima que me façais com que estas cartas não falhem, e me digas o que se passa com o ente querido que se acha de mim ausente. Maria Santíssima, eu vos peço em nome de vosso amado filho, que sobre a cruz morreu por nós. Amém".
E depois, deitando o resto das cartas sobre a carrei­ra de oito, que está estendida sobre a mesa, como nos mos­tra a figura número 4, repete-se esta oração, fazendo cruzes”.
Se como expliquei não ficou bem claro, devo mos­trar-vos por meio de uma figura como ficarão sobre a mesa os dois grupos de cartas (as 8 em forma de cruz) e as 32 cartas em uma carreira de 5. Vide figura nú­mero 5.
Se por acaso a pessoa que está fazendo o trabalho ver alguma carta no momento de deitá-la, a operação fica sem efeito, e é preciso que as deite novamente, e tenha mais cuidado para não deitá-la de novo ou pela tercei­ra vez.
Depois de tudo isso, tomam-se as outras oito cartas que ainda se acham ao lado, em forma de cruz, e deitam-se sobre as 32 que já vimos. Deste modo, sabe-se que as 40 cartas estão juntas, ou por outra, as cinco carreiras de oito, umas sobre as outras. Quando esta última ope­ração é feita, deve ser acompanhada da última oração.
Depois desta cerimônia, não tem mais outra, e a pes­soa que quer saber... corre os olhos sobre as cartas e tira a de cima que melhor lhe convier, a esmo.
Suponhamos que saiu o três de espadas, é preciso então que se recorra aos significados das cartas e iremos encontrar:
"Uma deliciosa surpresa o espera. No entanto, não fique muito contente Após essa surpresa, um terrível aborrecimento cairá sobre sua vida”.
Mas, suponhamos que, em vez de sair três de espadas, saiu o quatro de paus; consultando novamente os signi­ficados das cartas vamos achar:
"Alguém escreveu a você, e você zangada não quer responder. Deve fazê-lo com maior brevidade, mesmo sendo para desiludir essa pessoa que levada pelo deses­pero poderá se suicidar. Depois você terá um grande des­gosto pesando sobre sua consciência".
E assim se deve prosseguir sempre rezando Não se deve abusar da ciência do Santo porque o trabalho não terá absolutamente nenhum, resultado, se isso acontecer.
FINALIZANDO
É necessário que se esclareça, que ao divulgarmos esta obra, não o fazemos com a intenção de que os leitores pratiquem suas receitas diabólicas. Publicamo-as por­que entendemos ser de utilidade saber-se de tudo quanto haja de mau no mundo, e para que possa se resguardar desse mal, ele­vando sempre o pensamento a Deus e tam­bém para desviar do mau caminho, caso es­teja trilhando-o. Deus criou o homem com o livre-arbítrio, a ele foi dada a faculdade de escolher o BOM ou o MAU caminho, mas uma coisa é inevitável — um dia res­ponderemos por todos os nossos atos, por­tanto, é preferível que eles tenham sido bons. E se o amigo leitor tem suas dúvidas quanto à Verdade, não se confunda mais, todos os dias; ao se levantar e ao deitar, ele­ve o seu pensamento a Deus e agradeça por ter lhe dado o Seu próprio Filho para salvá-lo. E norteie sua vida por um único mandamento: — NÃO FAZENDO NENHUM MAL AOS OUTROS. E o resto, amigo leitor. .. é conversa . . . conversa e conversa.


INDICE
                          Advertência...  5
I PARTE
Orações e Rezas   7
II PARTE
Esconjuras   31
III PARTE
Crendices   37:
IV PARTE
O Fim do Mundo   47
V PARTE
Quem foi São Cipriano   63
VI PARTE
Quiromancia   71
VII PARTE
Cartomancia ........................................................83

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